domingo, 30 de março de 2008

sábado, 29 de março de 2008

90%

Embalei de vez na onda dos aforismas. Alguém por favor me faça parar com isso!!!

90% das coçeiras são impressão
90% do cansaço é ilusão
90% da memória atrapalha
90% das pessoas não têm charme
90% das músicas são iguais
90% dos animais são amigos
90% dos amigos são colegas
90% da saúde é disciplina
90% dos religiosos não entenderam nada
90% dos seguidores não entenderam nada
90% dos políticos não entenderam nada
90% dos alunos de MecFlu* não entenderam nada
90% dos professores amam seu trabalho
90% do cinema é roliúdi
90% de roliúdi não é cinema
90% das crianças estão agora rindo, chorando ou dormindo
90% dos adultos agora gostariam de estar dormindo, chorando ou rindo
90% dos neo-hippies são ricos
90% dos biquínis são feios
90% dos vestidos são pretos
90% dos olhos são escuros
90% da minha cabeça é orelha
90% dos chineses é demais
90% dos rolex são falsos
90% do que escrevo é inútil

*Apelido 'carinhoso' para a matéria Mecânica dos Fluidos na faculdade de engenharia, mais especificamente na Poli/USP

quinta-feira, 27 de março de 2008

Motoca


Orkut Que é Bom Ninguém Quer Dar

He who stands on his tiptoes does not stand firm; (So), he who displays himself doesnot shine.

Aquele que permanece na ponta dos pés não se mantém firme; (Logo), aquele que se exibe não brilha.

(Lao Tse, extraído do Tao Te King, minha livre tradução!)


Desde que começou a viagem eu perturbo a Maca dizendo que vamos terminar em Papua Nova Guiné. Algum desejo de infância, anseio pelo remoto e desconhecido, talvez algum programa do Discovery Channel, sei lá, mas a Papua sempre esteve firme no meu imaginário. Talvez seja simplesmente porque soa super 'diferente'. Mas o 'diferente' seria necessariamente bom para nós?

Gastamos muita energia procurando o 'diferente'. Porque queremos ser 'diferentes', soar 'diferentes', parecer 'diferentes', fazer 'diferente', como se o mais 'diferente' nos aproximasse de sermos únicos. O que não é de todo mau. Afinal, somos únicos, necessariamente, não importa a maquiagem.

Mas jogamos muita energia fora procurando essa diferença em aspectos que estão no mundo afora, tal como bens materiais, gestos, destinos de viagem, música. Não adianta esconder, sinto uma certa satisfação em mostrar Barbatuques ou Pau d'Água para os gringos na Tailândia, como se eu fosse um verdadeiro Indiana Jones exibindo a última descoberta arqueológica brasileira. Entre os gringos da Tailândia, sou o único que conhecia esses artistas - quase, tem a Maca!!!

Mas esse processo é sem fim, a posse de coisas, idéias, aparência 'diferentes' procurando delinear o 'único' é temporária, transitória, impermanente. Ok, para muitas coisas, existe um primeiro, um único, um ato digno de registro pelos moldes dos livros de história ou Guiness Book: teve um milionário que foi ao espaço sem ser astronauta; teve um neozelandês que subiu o Everest primeiro; um brasileiro que inventou o avião; um inglês que "promulgou" a lei da gravidade; um alemão inventou o Marxismo; um italiano descobriu a América, achou que era Índia e outro levou o nome; um gênio egípcio inventou a cerveja; algum idiota francês ou português inventou o cê cedilha; um chinês inventou a pólvora e outro chines muito mais legal inventou o macarrão. E assim por diante: um nome associado a um feito, uma descoberta, um objeto, uma idéia. Mas será que precisamos entrar para o ânus da história para sermos verdadeiramente únicos?

Esse raciocínio tem me perturbado desde os primeiros destinos de nossa viagem até os mais recentes. Seja em um país que eu, pessoalmente, nunca havia ouvido falar, como a Namíbia ou a 5200m de altura no pé da cabeça do mundo, no Tibete, é sempre a mesma história: alguém mais já esteve, alguém mais está, alguém mais estará. Então eu não sou especial.

Claro que tivemos nossos momentos de pop-star em Madagascar e Laos, onde ser estrangeiro ainda parece impressionar em determinados setores do roteiro de turista. Mas, apesar de ser bem divertido sentir-se como o objeto de admiração - você, que está lá justamente para admirar -, no final das contas não agregou muito à esta jornada, nem me fez sentir mais 'único', foi apenas diversão fugaz. Mas ajuda nesta reflexão.

Então eu olho o Orkut e vejo a quantidade de "comunidades" que agrega as pessoas, a quantidade de amigos que cada um tem: comunidade dos corinthianos, dos "Eu Chamo Marcelo", ou a comunidade "Sou Rico Mesmo, e Daí?"; soa como se fosse uma competição pra ver quem tem mais comunidades, amigos, recadinhos, fãs - e é, em alguns sentidos, tem coraçõezinhos, estrelinhas e outros ícones para qualificar o indivíduo! E então pergunto qualé? Ser diferente, só, único, ou ser igual, compartilhar, "fazer parte", concordar com um grupo?

Olhando com calma ao redor, me assombra o quanto somos todos tão diferentes, ainda que compartilhando micro-sociedades - família, bairro, colégio, poder aquisitivo, nacionalidade, hobby, esporte - ou até aspectos físicos - cor, beleza, altura, deficiência - ou por fim as vulgares comunidades digitais do Orkut - de sexo, interesse, faculdade ou até a sensacional "Orkut que é bom ninguém quer dar".

Do outro lado, ser 'diferente' parece um atestado de não ser 'igual'. Mas se todos estiverem igualmente buscando serem 'diferentes' não serão todos igualmente diferentes?

Foi por isso que abri mão da Papua. Encontrei uma solução contemporaneamente metafísica: criar a comunidade "Marcelo, eu mesmo" no Orkut, postar perguntas e respostas para mim mesmo e não convidar ninguém para ver. Quem sabe assim descubro definitivamente minha identidade - a não ser que meu avatar Aloísio da Cidade roube a senha...

terça-feira, 25 de março de 2008

Beerlao


Post 51: Uma Boa Idéia

Como um bom ex-politécnico, tenho mania de numerar para catalogar as coisas. Ok... nerd, eu sei. Mas qual não foi minha surpresa ao contabilizar que este é o artigo número 51 do blogue? Por acaso isso me deu uma idéia: lembrar minhas 51 coisas favoritas do Brasil, mais especificamente de São Paulo - se é que isso interessa a alguém... então lá vai:

1 Coxinha do Frangó
2 Pizza de calabresa do Castelões
3 Organizar com a turma o bloco de Carnaval "Sai da Minha Aba" (pus no '3' porque o próximo será 3a. edição!)
4 Cinema na Augusta com Frevinho na sequência
5 Jogo ruim do Corinthians no Pacaembu
6 Citações de Noel Rosa do Grauss
7 Feijoada no Betinho
8 Tiradas sagazes do Beto Montenegro
9 Futebolzinho do Tiagão no Locsports com cerveja no sábado (pus de propósito no número nove, para ser ofensivo)
10 "Bom dia, xuxu!" sinfônico da Mônica
11 Almoço de quarta na tia Lela com o Guto falando pelos cotovelos
12 Assistir Lost com Nutella com o Gus e a Lu
13 Uma ligação do Marquinhos Wolff só para saber como estamos
14 Foundue e vinho chileno na casa do Diogão
15 Moqueca no Soteropolitano
16 Happy com a turma do trabalho - sem pinga da próxima vez, viu, Alicio?
17 Stanley cantando samba de breque no Bar do Cidão
18 Coalhada e sopa de ervilha da minha mãe
19 Estrogonofe da vuela
20 Bacalhau do vô Ruy
21 Caminhar sem rumo na Av. Paulista
22 Caverna do Bugre na Teodoro
23 Empada de tomate seco do Rei das Empadas (no trailler na Sena Madureira, não nas filiais)
24 Aniversário da Florinha (minha afilhada)
25 Correr na Sumaré só pra encontrar amigos no caminho
26 Jogo do Brasil no Mercearia São Pedro
27 Chope do Léo (Klauss, você sabe por que este caiu no '27', não??)
28 Café da manhã de padaria - qualquer uma!
29 Falar de mulher na mesa com dois irmãos homens; mãe e esposa se entreolham horrorizadas
30 Fazer feira na Morato e comer pastel na saída
31 Falar de futebol com o porteiro
32 Dirigir na estrada - não no feriado!
33 Churrasco com amigos e cerveja estupidamente gelada
34 Festa Junina
35 Passear e comer bobagem na Feira da Benedito Calixto
36 Visita inesperada de amigos no domingão à tarde
37 Receber amigos chilenos em casa
38 Ó do Borogodó de domingo
39 Tomar muito uísque em casamento
40 Tomar batida com sanduíche de linguiça no Cu do Padre
41 Escrever "Reflexões de Toalete" no Morfina
42 Encher a mesa de petiscos e 'cajú amigo' no Elídio
43 Assistir aos sensacionais shows produzidos pelo Scubi - em particular o Herz
44 Brincar com cada novo filho de cada amigo que engravida
45 Sushi de sexta com o Chris e a Picuca
46 Passeio despretensioso no Ibirapuera para ver a flora - e a fauna
47 Sanduíche de mortadela 500g do Mercadão
48 Ler os escritos no vidro da estação de Metrô Sumaré enquanto espera
49 Ir de repente ao Filial
50 Visitar qualquer um que more no Copan (Cândido!!! E aí?)
51 Caipirinha de mexerica com lima do Lapinha - que não é feita com 51...

Alguem disconcorda?

domingo, 23 de março de 2008

Brasileiro Santos



Começar uma longa viagem se assemelha a perder um ente querido: no ato, idealizamos; logo vem um momento de crise, questionamento deste ideal; até, finalmente, a compreensão profunda de que carregamos em nossos gestos, nosso humor, em cada expressão nossa um pouco de nosso país, nossa gente - ou nossos queridos amigos, parentes.


No princípio é um rompimento forte, que independente de preparação - material e psicológica -, a gente sempre se surpreende quando chega a hora. Se estivesse infeliz no país de origem, vá lá, qualquer mudança parece que só pode melhorar, quase como uma fuga. Mas se a gente sai de uma situação de conforto, "sucesso", algo que se assemelhe à felicidade - ao menos nos moldes daquela novela das oito que começa às dez - a coisa é um pouco diferente. A gente deixa pra trás um monte de coisa boa e ruim, consciente, mas motivado pela fé de que coisa melhor pode vir (Pode também não vir, claro, mas quem não arrisca...). Então, naturalmente, logo após deixarmos a conjuntura para aventurar-nos ao mundo, lembramos fortemente das coisas boas que deixamos para trás: família, amigos, casa, a padoca da esquina, o Soteropolitano, o boteco preferido, por vezes até o trabalho. Assim como quem relembra os momentos bons com o avô: um natal, uma visita no Mato Grosso, um almoço de domingo, uma carta escrita à máquina. O sorriso paterno vem logo à cabeça e as virtudes do velhinho transbordam na emoção e na confusão dos sentimentos. A perda nos estimula tanto o apego que cultivamos à pessoa que esquecemos seus defeitos sem auditar.


Com o tempo, no entanto, a poeira baixa e um ou outro problema na vida te recorda que ele não era perfeito - nem o avô, nem o país. Seja quando abre o globo.com para ver notícias e, em oito meses, a manchete principal nunca foi diferente de Big Brother; seja quando percebe um traço atual de algum defeito do patriarca que você, herdeiro, está perpetuando. Nos dois casos, é instaurada uma crise. Em outras palavras, é quando cai a ficha.


Nesse momento, na viagem, começa a sessão-saco-cheio de nacionalidade, em que eu queria apenas ser um "cidadão do mundo". E bem nessa hora algum insensível vem conversar de futebol só porque sou brasileiro, ou algum (outro) italiano vem dizer em um português sofrível que já foi 10 vezes ao Brasil e conhece mais praias do nordeste que eu - e provavelmente já comeu mais brasileiras também!! Nessa hora, estranhamente, estando de mal com o país, eu só me esforçava para não fazer nada típico brasileiro para não ser reconhecido, senão, já viu, o coro - Ronaldôôô! Ronaldinhôôô! - começa novamente.

Justamente aí que não posso deixar a peteca cair nem para um lado - idealização - nem para outro - desilusão - procurando um balanço saudável, consciente - seria talvez a humanização?
Meu avô não era perfeito? E daí, por acaso eu tenho a pretensão de ser? Meu país não é perfeito? Tanto melhor. Eu que não queria ser suiço...

A humanização do avô que perdi é um processo que passa do apego ao amor. Em vez de preocupar-se com a perda do homem - apego que reflete puro egoísmo, no fundo -, busco amar plenamente o que foi e o que ficou, humanizando o sentimento e mantendo a memória viva, sem mais carne nem osso.

A "humanização" do país por que tenho passado é a incorporação do seu bem e mal, bom e mau, como uma coisa una, parte de mim, que não deve me fazer mais ou menos orgulhoso que o amigo de Malta, o policial chinês ou o guia namibiano. Sem exaltação, ufanismo nem danação, assumo o brasileiro dentro de mim, faço as pazes calmamente, sem muito alarde, e permito à aeromoça alterar deliberadamente meu nome no cartão de embarque: "Brasileiro Santos".


sexta-feira, 21 de março de 2008

Quarteirão

Estamos longe. Mas cada vez mais concordo com meu amigo Grauss que não precisamos de mais que nosso quarteirão para sermos felizes!

Posso olhar para o alto do Everest e me sentir-me sublime por um momento.
Posso subir o Kilimanjaro e sentir-me no céu por um momento.
Posso estirar-me na praia em Zanzibar e sentir-me Adão por um momento.
Posso, de cima de um elefante, presenciar um tigre caçando veados e sentir-me selvagem por um momento.
Posso ver o negro dançando e sentir-me alemão por um momento.
Posso receber um sorriso malagasi e sentir-me criança por um momento.
Posso ver um nascer do sol flamejante no Vietnã e sentir-me pescador por um momento.
Posso ouvir o canto estridente das cigarras enquanto medito e sentir-me ausente por um momento.
Posso ver a africana pintada seminua cozinhando funge e me sentir fútil por um momento.
Posso assustar-me com o rinoceronte marchando em direção ao meu carro e sentir-me vulnerável por um momento.
Posso admirar o tibetano prostrando e sentir-me vazio por um momento.
Posso deslumbrar-me com a cidade azul de Jodhpur no por-do-sol e sentir-me em paz por um momento.
Posso receber uma massagem thai por uma hora e sentir-me chiclete por um momento.
Posso assustar-me com os crânios de Choueng Ek (Killing Fields) no Camboja e sentir-me impotente por um momento.

Todos estes sentimentos, no entanto, quem me proporcionou não foi o lugar que visitamos, não foram as pessoas que conhecemos, não foi a comida que provamos, não foi a paisagem que vimos, não foi o exercício que fizemos. Poderia ter sido na Pompéia, em que vi uma menina atropelada; na Heitor Penteado em que ajudei uma velhinha perdida; poderia ser no meu prédio em que briguei com o vizinho de sopetão; poderia ser durante a reunião de trabalho em Curitiba, enquanto almoçávamos pizza de excel com peperoni; poderia ser na esquina de casa em que a Maca foi assaltada; poderia ser no Ó do Borogodó celebrando pré-carnaval; poderia ser na padaria em que fiz questão dos 3 centavos; poderia ser numa festa boy em que me ameaçaram com uma faca no pescoço; poderia ser na praça ao lado de casa, onde minha afilhada Flora deu os primeiros passos.

Por isso devo demarcar meu território, apreciar cada esquina do meu bairro, admirar cada detalhe do meu corpo e considerar cada canto obscuro da minha mente. Ali no pé, entre o dedão e o anular, perto daquela ex-unha encravada, pode estar a resposta do meu próximo problema.

Agora

Agora estou na varanda da pousada, sem camisa nem sapatos, em uma cadeira muito da simples, no quarto andar, sobre as copas das árvores que enfeitam o belo jardim, entre elas uma mangueira, na mangueira um pássaro com topete, mirando, como eu, a posta do sol atrás das montanhas.

Agora estou ouvindo a Maca conversar com a Andrea (Cucha) no quarto ao lado, lembrando que apesar de seu português soar natural como um suspiro, o idioma da Maca é originalmente espanhol; o que não me impede de preferir ela falando o português brasileiro paulista com aquele restinho de sotaque chileno que dá um gosto especial.

Agora estou com certo calor, com um pouquinho de dor nas costas, com uma bermuda meio feia, com um quê de sono ou preguiça, com um par de pernilongos em minha órbita, com o pé bem sujo do dia andado de havaiana, com um princípio de vontade de ir ao banheiro, com uma grande vontade de regar tudo isso com uma qualquer coisa gelada lá no térreo.

Agora estou na Tailândia, em Chiang Mai, norte, olhando, como disse, o por do sol, a oeste, cercado por montanhas, tribos migradas de Myanmar, esportes radicais, trekking com elefantes, ringue de Muai Thai (boxe tailandês), restaurantes thai charmosos como uma Paraty, boates decadentes com meninas e mulheres e turistas com mais de 50, fast-food e starbucks, motos e mais motos, 200 mosteiros, shopping com cinema nacional que passa um minuto sobre o rei antes de começar o filme.

Agora estou mais magro, barba mais ou menos feita, corpo mais firme, mente mais clara, mais concentrado, mais tranquilo, e cada vez mais saudoso, mais satisfeito, mais cansado de carregar mochila.

Mas nada disso ganha. Por enquanto, por agora. Agora continuo aqui, impassível, escrevendo. Só porque tá bom. Só porque tá suficientemente bom.

segunda-feira, 17 de março de 2008

xxxxxxxx de Mosteiro

Deixo para os mais cultos completar o xxxxx do título... aforismas, hai kai, whatever... o que importa é que nada disso importa e o que segue talvez seja o menos importante dos desimportantes textos que já publiquei até então neste blogue.

O fato é que desapareci por uns tempos. Uns nem notaram - muito bem!! Outros ficaram contentes com o silêncio - justo. Outros não se conformaram e escreveram cartas apaixonadas à produção deste blogue rogando por novos artigos, coisa que só tenho a lamentar e dizer: não tem nada melhor que fazer não?

Bom, independente de, mas bastante motivado pelos milhares de apelos, resolvi publicar algo. O impasse era inevitável, no entanto, já que este autor passou os últimos 10-1 dias (resultado = 9, mas não tô a fim de explicar por quê escrevi assim) em um monastério budista no norte da Tailândia, mais precisamente no Wat Ram Poeng, no simpático município de Chiang Mai. Indo direto ao assunto, o que é que vocês querem saber desta aventura, cuja rotina era: acordar às 4 da manhã com 40 gongadas na orelha; meditar 2 horas; tomar café - significa noodles ou arroz com pimenta, bem gostoso por sinal; banho frio, varre o pátio e medita por mais umas 3 horas; almoço - sim, meu caro, se você fez um pouco de contas, concluiu que o almoço era 10h30 da matina, mas o que você não concluiu ainda, sabidão, é que é a última refeição do dia; e o resto do dia, tirando uma pausa pro leitinho de soja ou pra fazer xixi, é meditação, até as 22hs. Detalhe: não podia olhar nos olhos de ninguém nem falar, nem ler, nem dormir de dia, nem comer nem beber nada após o meio-dia, nem vestir nada que não fosse branco, nem matar animais - mesmo barata - nem sair do templo, nem tocar ninguém, nem mostrar a sola do pé pra qualquer dos 200 Budas, Budinhas e Budas gordos risonhos do monastério. Quer dizer: podia, mas não devia; então não fiz nada disso...

Se eu fosse um jornalista tava feito. Era só copiar e colar 10-1=9 vezes o texto acima e a matéria estava feita.

Como não sou jornalista nem muito menos escritor vou fazer o que me dá na telha, que é falar das formigas que me fizeram companhia para entreter os corajosos leitores que ainda não sairam correndo.

Assim surgiram os tais aforismas, hai kais ou o raio que o parta. Bom, só essa lenga-lenga "inicial" já dava um post inteiro, então vou parar de devorar vorazmente seu precioso tempo e vou começar a terminar este artigo. Lá vão os aforismas/hai kai/whatever!!!

Considerações sobre as FORMIGAS
1. Tinha 2000 formigas em meu banheiro; foi a primeira vez que solucionei um problema fazendo uma cagada.
2. O meu banheiro deve ser pra uma formiga o que é a Tailândia para mim - praia, montanha, budistas, formigas...
3. Formigas também têm personalidade; conheci uma que gostava de andar nas 4 patas de trás.
4. Se tudo o que uma formiga faz é seguir a outra formiga; qual formiga vai primeiro?
5. (para os fotógrafos) Até uma formiga pode ser perfeita com a luz certa.

Considerações sobre a CONCENTRAÇÃO
6. Você sabe que está concentrado quando escova os dentes, dente por dente, sem olhar no espelho.
7. Você sabe que está concentrado quando percebe que piscou o olho.
8. Você sabe que está concentrado quando percebe que um mosquito picou seu olho - e você não se mexeu.
9. Você sabe que está concentrado quando percebe que uma formiga entrou e saiu do seu ouvido - e você não se mexeu.
10. Você sabe que está concentrado quando dois mosquitos kamikaze entraram pela narina direita - e você não se mexeu.
11. Você sabe que está concentrado quando o som chega na orelha, mas não ao ouvido.
12. Quem faz o que SABEM ser certo não sabe ao certo o que faz; quem faz o que SABE ser certo acerta.
13. O cúmulo da concentração é esquecer de respirar.
14. Meditar não é legal; é neutro.
15. Nossa cabeça funciona como se assistíssemos ao mundo em uma TV com 100 canais, 100 quadradinhos ao mesmo tempo, em que nos esforçamos para assistir um dos quadradinhos em algum canto da tela, desconsiderando os demais; o segredo é ver um canal só na tela inteira - ou desligar a TV de uma vez.
16. A mente não necessariamente comanda o corpo; mas o corpo necessariamente responde à mente.
17. Deixe o pernilongo picar; imagine se toda vez que você fosse morder um bife viesse uma vaca de 40 metros e esmagasse seu cérebro com a pata dianteira.

Considerações sobre o TEMPO e o TEMPLO:
18. Quem acorda às 4 da manhã com 40 badaladas em um gongo gigante não pode reclamar que não deu tempo.
19. A ansiedade é a mãe e a filha da ansiedade.
20. Novo estatuto budista: toda estátua de Buda deve ter uma mosca no nariz.
21. 10 dias sem tomar uma cerveja. Sim, só isso.


E, finalizando, para todos os pais que sempre tiveram dificuldades explicando para os filhos que diabos é um arroto, um soluço ou um espirro, segue uma explicação assaz operativa que me ocorreu em um momento de muita luz:

22a. O soluço é o espirro do esôfago;
22b. O espirro é o arroto do pulmão;
22c. O arroto é o soluço da barriga.

E tenho dito.

Agora abro espaço no Blogue para a votação do aforisma mais ridículo; até me dei ao trabalho de numerar para ficar mais fácil e depois poder fazer gráficos em excel com os resultados.

Mexam-se!!!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Vietnam: el sur


.

SOMBRERITOS!!!! Desde el exacto momento en que pisamos Vietnam empezaron a aparecer los sombreritos, eso es precioso, todo el mundo los usa, para protegerse del sol y de la lluvia, est'an en todas partes, en los campos de arroz, en la playa, en las motos, en la calle, en los mercados, en el norte, en el sur, un verdadero espect'aculo y tentaci'on para el click!!!!



CUCHI TUNNELS: en la 'epoca de la guerra de Vietnam, cerca de Saigon, verdaderas ciudades fueron constru'idas bajo la tierra para esconderse de los enemigos, fuimos a ver lo que queda de eso. Es impresionante ver el tamanho de los t'uneles, absolutamente claustrof'obicos.


Ho Chi Min City (Saigon) en el sur, es una ciudad superpoblada que no para. El tr'afico es una cosa impresionante, pero la gente no se desespera, optaron por las motos, todos las usan, a veces se ven familias enteras en una sola moto. Para nosotros al principio el gran desaf'io de estar en Ho Chi Min fue cruzar la calle, un verdadero acto de fe y de entrega al destino!!!!!



papel de arroz


fruta fresca en el floating market


la vendedora de bebidas en el floating market


probando, probando!!!!


mercados y m'as mercados


el amanecer






nuestro barco





productos de los mercados, las anguilas de r'io, algo t'ipico




calamares secos, un verdadero manjar para los vietnamitas



More y Pieter, un amigo holand'es que conocimos en el delta y que viaja por el mundo con la sonrrisa bien puesta!!!



DELTA DEL MEKONG: uno de los puntos altos de Vietnam fue el Delta del Mekong, un lugar lleno de todo, de gente, de mercados, de productos, de colores, de actividades, de agua, de bicicletas, sombreros, frutas, verduras, todo, todo, todo!!!!! Fuimos unos d'ias, durmiendo en un barquito y pudiendo ver el amanecer activo en el mercado flotante, siento que ese momento fue como estar en el coraz'on de Vietnam.






MUINE: seguimos a Muine, una playa tranquila al norte de Ho Chi Min city, fue un lugar de descanso despu'es de tanto tragineo, nos entregamos a la arena, sol y mar azul. Hicimos algunos paseos en moto al pueblo de pescadores y a las dunas del sector.


Esto es s'olo un adelanto de lo que fue Vietnam, todav'ia hay m'as, he estado flojasa con el blog, pero ya me pongo al d'ia.
Espero que todos est'en bien!!!!!!!!!!!

Besos grandes!!!!

Maca