terça-feira, 28 de agosto de 2007

Primeiros Bichos

Angola tem um passado recente sofrido. As pessoas passam muita dificuldade, até mesmo os ricos, por conta da infra-estrutura devastada após 30 anos de guerra. No entanto ninguém, mais do que os animais selvagens, sentiu os efeitos das intempéries humanas: os que não foram mortos para saciar a fome pisaram em campo minado ou foram abatidos por puro desporte. Nao sobrou nem cavalo pra charrete (sem exagero! So tem umas motinhos sem capacete com baixas piores que motoboy em Sao Paulo). Na península em que vivem nossos primos, dizem que uma vez apareceu uma baleia. A cidade se comoveu, e logo apareceu um helicóptero com um par de soldados fazendo manobras e metralharam a baleia. Resultado: uma península ensanguentada e um cheiro pútrido com a decomposição de um pobre animal desavisado.


Enquanto andávamos na estrada, víamos gente atirando pedras nas cabras, chutando cachorros, realmente há um quê de ressentimento contra tudo e todos no olhar sério do angolano que contrasta com o divertido "Obrigado!" que os mais humildes respondem quando se os cumprimenta.


Mas finalmente rumamos afora de Angola, apos uma experiencia – sempre – positiva, mas perturbadora. Foi bom ver Naninha e Fernando bem, bem acomodados e super adaptados, driblando dificuldades do pais com humor e jogo de cintura. Apos a fronteira com a Namibia comecou a esperanca de ver animais selvagens em liberdade e comecamos a patrulhar pela janela do minibus. Avistamos uma silhueta, eu achei que era antilope e a maca chutou que era uma gazela – ja estava meio escuro… Fomos chegando perto, muito excitados, primeiro dia de Namibia, e bingo! La estava um burro.

2 comentários:

rodrigo vontobel disse...

Marcelão e Maca!

parabéns pela viagem, pela alegria e companheirismo!

espero que tenham dias incríveis e inesquecíveis. tomem cuidado com as fotos, façam sempre back up! hahahaha perdi mais de 200 na minha viagem, pois o cd no qual as gravei se desintegrou espontânea e impiedosamente.

marcelão, cuidado para não se apaixonar por nenhum bambi africano, afinal depois de tantos anos em sp sem cair na tentação sãopaulina...

não sei quais os planos todos do casal, mas fica o convite de uma sequência amazônica neste roteiro.

abraços saudosistas e com uma ponta inegável de saudável inveja...

rodrigão

Guilherme Jotapê Rodrigues disse...

Infelizmente, o processo de imbecilização tem um potencial viral que cruza continentes mais rápido que gripe aviária.

Mantenham os bons pensamentos.

"I'm begining to see the light."

Abração