segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cinganadapura

Não sei o que nos levou a Cingapura.

Pode ser que, alcançando a ponta da península do sudeste asiático, buscássemos a sensação de tarefa cumprida e hora de voltar para casa. Ou talvez a curiosidade de perceber com os sentidos um pouco do que é este tal “fenômeno” do mundo dos negócios globalizado: uma cidade-país-ilha que saiu do anonimato para as manchetes do Wall Street Journal em 40 anos e todo mundo agora quer tirar uma casquinha.

Em nosso caso a casquinha foi apenas de um par de dias caminhando tranquilamente pela metrópole famosa pela disciplina: altíssimas multas e excessivas proibições, a mais notória, divertida e, na minha modesta opinião, acertadíssima, mascar chiclete. Fosse o que fosse, ainda que fosse apenas um par de dias para pegar um avião e passear na roda-gigante gigante, valeu muito a pena.

Não que eu tenha gostado do que vi, mas gostei de ter visto. Acho que não é a primeira vez que digo isso, não?

Andando pelas grandes avenidas de Cingapura a primeira impressão foi de andar por uma espécie de cidade fantasma. Só que sabíamos que a cidade era habitada – 4º país mais denso do mundo, só que o país é uma cidade-estado – e os carros e ônibus denunciavam o frenesi da metrópole. No entanto, gente que é bom, pedestre comum, engravatado, madame com pequinês, grupos de estudantes de franjinha, ipod e roupas coloridas de plástico, onde estava esse povo?

Lembrei então que acostumei a esquecer o dia da semana. Olhei em meu relógio Adidas indiano de 2 dólares e vi que não era domingo. Pensei e não consegui formular nenhuma outra hipótese mirabolante, de forma que nos conformamos e continuamos nossa caminhada. Eu sabia que essa gente misturada de chinês com malaio com indiano com branquelos ocidentais engravatados estaria em algum lugar, mas não imaginei que, com o céu azul e clima agradável que fazia, estariam todos enfurnados embaixo da terra.

No fim do dia, decidimos voltar de metrô, ao que fomos obrigados a atravessar um shopping center, único meio de acessar o transporte , er... coletivo (?). Entrar no shopping de Cingapura após nove meses sem saber o que é um shopping, foi, para mim, tão surreal quanto deve ser para um alemão entrar no Ó do Borogodó de domingo: burburinho geral, música alta, gente, muita gente. Mais especificamente gente com compras, muitas sacolas de compras. Então inaugurei um novo jogo: contabilizar a porcentagem de pessoas saindo do shopping com e sem sacolas de compras na mão. Mas o jogo logo perdeu a graça, já que não havia ninguém sem sacolas.

Então percebemos, em primeiro lugar, como tem shopping nesse lugar. Deve superar o número de padarias, restaurantes japoneses e pet-shops de Sampa, tudojunto. E percebemos como o povo compra.

Sinto que Cingapura é um retrato da Ásia que perdeu a inocência: os valores familiares, o budismo, os costumes chineses de 4 mil anos, o Confúncio, o Tao Te King, vai tudo pro museu. Em troca são os intermináveis shoppings de eletro-eletrônicos, computadores, comida, roupas; a música internacional que impera na forma de jazz pros chineses comportados e de eletrônica para as novas gerações; a comida é de qualquer origem que não de Cingapura – indiana, malaia, indonésica, chinesa, tailandesa, marroquina, japonesa, alemã e, por que não, brasileira. E o esporte preferido, já adivinharam? Sair de compras, se chama.

É incrível o tipo de sacrifício que uma sociedade pode fazer para entrar no seleto mundo dos “civilizados”. Às vezes me parece que o mundo é igual a uma escola secundária onde alunos sacrificam seus valores para poder “pertencer” ao grupo dos playboys ou dos jogadores de futebol, enfim, dos chamados “populares”. A insegurança individual do adolescente parece que contagia nações que não têm maturidade cultural, identidade política e estado soberano.

Então os cingapurianos optaram por uma sociedade estrita e regulada, disciplina acima de tudo para progredir. Hoje o povo ganha, em média, mais que o português e três vezes mais que o brasileiro e paga 4 dólares por uma cerveja 0,5 litro. Mas que importa tudo isso, se legal mesmo é ter o último modelo de iphone...

domingo, 25 de maio de 2008

Singapur, llegando al fin

Y este viaje está llegando "casi" a su fin... Singapur fue nuestro último destino exótico antes de embarcarnos a Europa y empezar poco a poco nuestra "vuelta a casa".

Singapur es un lugar muuuuuy diferente, ahí todo se mezcla, las culturas china, malaya, india y expatriados occidentales conviven en un país que es una ciudad, en el último punto de la península del sudeste asiático, un lugar donde todo funciona a la perfección, donde todo es impecable, más impecable que cualquier otro lugar donde hayamos estado en este y en otros viajes. Singapur es una ciudad del futuro, moderna al máximo, urbana, consumista, de rascacielos y aire acondicionado, un lugar que aturde y sorprende con su variedad, un sitio único, pero al mismo tiempo impersonal. En un principio fue sólo el lugar de pasada donde tomarímos nuestro vuelo a Berlín, pero nos sorprendimos y lo disfrutamos de ojos bien abiertos.

Besos a todos!!!!

Maca










Ópera China

el almuerzo!

colonial district
cultura musulmana, los malayos principalmente


Botero entre los rascacielos

Clark Quay, bares y restaurantes a la orilla del río, lugar peferido de los expatriados
"Little India", el barrio de esta comunidad en la ciudad





la rueda gigante de donde vimos la ciudad iluminarse
la foto de la foto!!!!
templo hindú
uno de los tantos miles de centros comerciales y locura consumista que hay en la ciudad
Chinatown

templo budista en Chinatown

More y la rueda!


sexta-feira, 23 de maio de 2008

Véia Lôca

Tudo começou com um maldito projeto em que havia de desenhar individualmente os tijolos da escola que estava desenhando para a faculdade de arquitetura. Foi quando desisti do papel e pedi a meu primo Guto que me ajudasse a ensinar Autocad. Em troca, eu o ensinei a manipular imagens e a animar gráficos, coisa que eu andava fuçando na época, junto com o Cândido, pra ver se aprontávamos alguma para os 50 anos da FAUUSP.

O resultado foi uma sociedade chamada Primo com o primo e cujo primeiro trabalho – produção independente – foi uma animação para o Festival do Minuto. “Véia Lôca” foi como o Guto carinhosamente batizou a senil protagonista que tentava, dentro de suas evidentes limitações físicas, atravessar uma rua que, à medida em que ela avançava, parecia crescer mais e mais, enquanto os carros que esperavam a luz verde enfureciam, retorcendo os faróis e rugindo, prontos para prosseguir com a correria urbana, mesmo que por cima da véia.

Lembrei desta história, por acaso, em Cingapura, uma cidade que poderia perfeitamente ter servido de cenário para a epopéia de um minuto da Véia Lôca: frenética, business-like, repleta de shopping centers e restaurantes, Cingapura é uma metrópole em que tudo funciona na base da regra – quase igual à Índia. Rapidamente fica claro: quem fugir à regra será punido. Mas por punição não me refiro apenas às famosas multas milionárias. Existem outras sutilezas que as metrópoles da eficiência como Cingapura e São Paulo não permitem e fazem questão de expurgar.

Estava passeando com a Maca em uma das grandes e largas avenidas quando vimos o semáforo de pedestres anunciar: vou fechar. Na primeira piscada do homenzinho vermelho, avistei nada mais nada menos que.... ELA!! A Véia Lôca!!!

A velhinha, como se ignorante do que se passava em volta, avançava lentamente pela segunda de cinco pistas quando os carros já rugiam. Não precisou muito para que eu visse, imediatamente transposto da tela à realidade, a animação que fizemos: os carros franzindo as sombrancelhas, os motoristas impacientes com a primeira marcha engatada, paulatinamente escorregando o pé da embreagem, com a cabeça sei lá em que lugar e em que reunião para a qual estavam todos certamente atrasados.

Mas a velhinha não tinha como acelerar.

Vendo o hiato da situação, na segunda piscada do homenzinho vermelho, fui de encontro à velhinha, mesmo consciente de que seguramente há uma caríssima multa por cruzar no farol vermelho para pedestres, para assegurar que ela não tivesse o mesmo cruel destino que Guto e eu demos à heroína do Festival do Minuto – ou melhor, ficou aberto à interpretação, mas tinha sangue no meio...

Acompanhei a velhinha, como que pedindo desculpas aos motoristas ou sei lá o quê, mas ao menos chamando a atenção deles para aquele bichinho indefeso que cruzava agora a terceira de cinco pistas.

Lá pela quarta pista, sem saber muito qual seria sua reação, tomei sua mão, para que se sentisse segura, como quem diz: “Não se preocupe, Véia Lôca, eu já te conheço de outras travessias!”.

Enquanto suspirava aliviado na quinta e última pista, notei que o motorista da furgoneta que aí aguardava gesticulava com reprovação e eu tentava, com um mesmo olhar, explicar a situação e perguntar ironicamente se ele queria que eu a levasse no colo, porra.

Só quando chegamos em terra firme foi que percebi um chinês – agora podia notar que a velhinha era igualmente chinesa – caminhando decidido em minha direção com a mão estendida. Vai me algemar, pensei. Se não por atravessar no farol vermelho, então por dar a mão à uma senhora de respeito sem autorização ou, por último, por ofender o motorista da furgoneta com um olhar irônico. Sei lá se ironia também é proibido em Cingapura.

Mas a mão estendida apertou fortemente minha mão e disse com um inglês humilde: “Você está construindo seu caminho para o céu”. Pegou as sacolas que o tinham ocupado, tomou a mãe pelo braço e seguiu seu rumo.

Ah, para aqueles que conhecem e curtem animação e design, a Primo tá de site novo!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Domingo

Hoje é quarta-feira. Mas pra mim é domingo.

O viajante independente desenvolve, com o tempo, uma série de hábitos que não necessariamente cabem na rotina de trabalho convencional. Quando menos espera, percebe uma deliciosa tendência a acordar sem despertador, a comer só quando tem fome, a odiar taxista, a dormir em ônibus apertado, a vestir as mesmas roupas por muitos dias (ou meses), a falar swahili ou alemão com muita mímica, a acessar a internet diariamente pra ver se o corinthians ganhou alguma coisa, a escrever para um blogue num mini-teclado, a cagar no matinho quando o ônibus para no trânsito, a acordar às 4 pra pegar o vôo mais barato, a ficar 6 dias sem banho para subir o kilimanjaro, a lavar cueca na pia e vestir a cueca úmida porque ainda não secou, a comer em barraquinha de rua, a tomar o chá oferecido pelo tibetano, a vomitar o chá oferecido pelo indiano, a não ser oferecido nada pelo chinês carrancudo.

A gente também confunde algumas coisas como a senha do Facebook com a do Orkut, o CEP da casa da afilhada e da vó pra mandar postal, o dia da república e o dia da independência do Brasil.

A gente também rapidamente esquece algumas coisas - até parece que de propósito - como trânsito de São Paulo, o telefone do ombudsman da Telefonica, jiló e, principalmente, o dia da semana em que está.

Esquecer o dia da semana, à primeira vista, não tem graaaande importância numa viagem: se for uma praia perto de um centro urbano, estará cheia no fim de semana; se você planeja passear no museu, segunda é um dia que arrisca de estar fechado; se você procura balada na Zâmbia, terça pode não ser o seu dia. Mas nada muito mais relevante que estas pequenas desventuras. Por isso, depois de mês e pouco, abandonei completamente a noção de semana.

No entanto, passados alguns meses mais, percebemos que a ausência de rotina semanal significava um erro fatal, até mesmo para quem está viajando por longo prazo sem compromisso nem agenda fechada: não tem domingo.

Aos desavisados que ainda sonham que viajar por meses de mochilão é igual ir de férias no resort ou passar a semana na casa de praia da tia, uma dica de amigo: não é a mesma coisa; viajar longamente cansa.

O deslocamento é fatigante; o processo de absorção dos estímulos é intenso; aprender idiomas, tomar decisões - grandes e pequenas -, comer na rua e lavar cueca na pia (para depois vestir molhada, já disse)... O fato é que de quando em quando a mochila pesa mais.

Foi então que resolvi declarar: "Hoje é Domingo" - e sim, na minha declaração é domingo com maiúscula.

Durante a viagem começamos a entender que não é obrigação todo dia estar explorando, consumindo, aproveitando, conhecendo, aprendendo, se mexendo. É fundamental parar para digerir. Não fazer nada. E por mais que todo mundo te previna, os primeiros meses são fatais: a gente se destrói.

Com o tempo começamos a observar o ritmo, buscar atividades que não sejam de pura “viajisse” – ou seja, que lembrem o dia a dia – tais como cozinhar, ver um jogo de futebol na tevê, sei lá, quem sabe até bancar um hotelzinho só pra tomar um longo banho de banheira.

Domingo para quem tá na rotina, muitas vezes parece tédio. Mas, do lado de cá, em movimento, aprendi a respeitar esse dia sagrado de almoço de família, cinema e pizza. Ou de não fazer nada. Absolutamente nada.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

El mar de Andaman y Cuchita la venganza!!!

De Krabi decidimos seguir explorando el mundo submarino tailand'es y coincidir nuevamente con la Cuchita. Mucho tiempo viajando... empezamos a sentirnos solos... necesit'abamos la companh'ia de nuestra amiga, as'i es que decidimos aprovechar nuestros respectivos itinerarios y encontrarnos en Koh Phi Phi, lugar famoso por ser el escenario de la pel'icula "La playa" y por haber sido uno de los lugares m'as afectados por el tsunami. El lugar es un para'iso (las fotos no son suficiente para describirlo) y tengo que decir que una de las m'as incre'ibles bellezas naturales que hemos visto en todo el viaje.

En Koh Phi Phi buceamos y fue precioso y as'i, y con ese incentivo y el convencimiento de la Cuchita (bi'ologa marina y buzo), nos unimos a su plan de seguir sumergi'endonos por varios d'ias en el el mar de Andaman en las Similan Islands, uno de los lugares m'as famosos para bucear en Tailandia.

Volvimos a tierra en todos los sentidos, extremamente cansados, y la companhia de la Cucha nos hizo darnos cuenta de c'omo es la hora de volver... ya queremos estar con la familia y los amigos. El More empez'o a tararear varias veces una canci'on "sometimes you wanna be were everybody knows your name..." y as'i decidimos omitir Malasia (siempre hay otra oportunidad) y embarcarnos luego camino a Singapur 'ultima parada en el sudeste asi'atico antes de seguir destino a "occidente".

(FOTITOS SUBMARINAS: gentileza de Cuchita)

SIMILAN ISLANDS
el mundo submarino






Maca

More!!!! la payasada incluso debajo del agua!!!!!


la vida en el barco



la despedida


Cucha



More volando
PHI PHI ISLANDS

Impresionantemente azul!

SIMILAN ISLANDS
parada descompresiva


PHI PHI ISLANDS