sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Viajar Também é Se Perder

Na minha dissertação de mestrado eu defendi que 'navegar' na internet inclui se perder como parte legítima da experiência do ciberespaço. Ora, viajar não pode ser diferente.

Sim, eu tenho bússola (gracias al amigo Pato!). Sim, eu tenho mapa. Mas e se não quiser usar? Hein? Hein?

Na primeira vez que andei de ônibus em minha vida, em vez de ir pra Consolação, fui parar em Diadema. Tinha 12 anos. Em vez de traumatizar o burguezinho que chegou em casa 6 horas depois, a desventura gerou uma estranha sensação de liberdade. Nada como não saber exatamente onde está ou para onde vai.

Imagine andar errante em Roma e aterrissar por acaso no Coliseu? Ou sair do metrô Trianon no gogó do MASP em São Paulo? Passear de bicicleta por Paris e topar com o Arco do Triunfo? Abrir a janelinha do avião e assustar com a imponência dos Himalaias? Descobrir o Taj Mahal por detrás das árvores em cima de um rickshaw? Tudo isso só ganha aquele quê de surpreendente se você 'esquecer' o (Not-So)Lonely Planet em casa e deixar a sorte te levar.

Existem lugares, no entanto, que são particularmente afeitos a quem gosta de se perder. Listo aqui alguns favoritos: o pelourinho de Salvador, os quatro cantos de Olinda, o sobe-desce de Ouro Preto, a tranquilidade de Salamanca, o caos de Thamel no Nepal, o museu ao ar livre de Valparaíso, o enxame de motos de Stone Town em Zanzibar.

Qual seu labirinto favorito?

Fica a provocação a quem quiser contribuir e deixar seu labirinto favorito num comentário aqui no blog!

3 comentários:

Unknown disse...

Costumo me perder em dois lugares de São Paulo, um bom e um ruim.

O bom é na Avenida Paulista, que, apesar de ser central e eu saber exatamente onde estou, sempre acho um canto novo obscuro para explorar.

O ruim é o centro. Toda vez que vou me perco, mas em nenhuma me divirto... até hoje não sei chegar nem na santa ifigenia, nem na galeria do rock!

Mas, no clima do post, eu gosto de me perder em cemitérios, por mais estranho que pareca. Tem tantas historias debaixo de cada lapide, eu gosto de ficar imaginando...

Beijos

Scubidu disse...

Fala Celo! Nao tenho comentado mas tenho lido! Meu voto vai para a Medina de Marrakech, ao lado da mágica praça Djema el Fna.

Anónimo disse...

Mi labirinto es Paulistano, More... Y se puede hasta decir que es labirinto en el sentido propio de la palabra.

Me acordaré siempre de este día en el cual nos fuimos en estos almacenes al por mayor de cosas artesanales en la calle 24 de marzo (o algo así) en el centro de Sampa. Tomando los acensores de tipo "monte-charge" y las inumerables escaleras que encontramos en estos edificios super antiguos, desde adentro, pasamos... al edificio del lado sin ni siquiera darnos cuenta!

Y me hace recordar igual del día que igual entré en el Maracaná... Aunque sí, sabía que me iba por allà, me quedé boca abierta frente a la inmensidad de este estadio...

Hay un día que vengan en Quito y que caminando por una calle, esta se termine con vista al Cotopaxi... Quiero que veas eso!

Un abrazo! me encanta como escribes!